terça-feira, 13 de outubro de 2015

Que me dizes...? Eu digo-te...

    A pergunta é de outrem; a resposta é minha. Um caso de interação sobre formação de palavras.

    A interação começa assim:

  Q: Que me dizes de 'apadrinhamento' e 'apodre-cimento' serem exemplos de derivação por parassíntese?

    Impõe-se a resposta, com o mesmo tuteamento de partida:

     R: Eu digo-te que não são bons exemplos, pois claro, a par de outros já aqui abordados. Fosse a resposta 'apadrinhar' e 'apodrecer' e nada teria a dizer, por se tratarem de verbos formados a partir de nome (no caso, 'padrinho') ou de adjetivo (no caso, 'podre'). Estes, sim, são os casos prototípicos da parassíntese.
  "Apadrinhamento" e "apodrecimento" são casos de derivação (sucessiva e) por sufixação. O problema é sempre o de não se ver que a base 'apadrinhar', já de si complexa, é a derivante para 'apadrinhamento' (com o acrescento do sufixo [mento]), o mesmo sucedendo com 'apodrecer' > 'apodrecimento'. Assim o ditam os elementos morfológicos sublinhados, sufixos acrescentados a uma base já por si derivada.

      Concluo a interação com a convicção de que, nas palavras, a formação destas não deixa de ser uma complicação, também por causa da má exemplificação de alguns manuais escolares (que se dizem certificados - falta saber em quê! por quem? -, para um público mais comum, comprador... enfim!).

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