terça-feira, 19 de julho de 2016

Findou!

     Do verbo 'findar' (e não do nome 'fim'), porque há recursividade e etapas sucessivas na formação de palavras.

  Terminou um ciclo de 15 horas de formação - ou, como alguém disse, de super, hiper, mega-formação (veja-se a sucessão de dois prefixos na deri-vação por prefixação - 'super' e 'hiper' - acrescentada a uma palavra composta, com um radical erudito - 'megafor-mação').
     Foram vários os tópicos de aborda-gem, centrados na morfologia e na procura de uma referência de trabalho comum. Entre o que se entende presentemente por este domínio da linguística numa perspetiva sincrónica, a noção dos constituintes morfológicos, as questões de morfologia flexional e derivacional, a formação de palavras (não só nas suas regularidades como também nos outros processos ditos assistemáticos e, ainda assim, produtivos), não deixou de estar presente o objetivo da reflexão das práticas, do discurso pedagógico-didático e dos focos críticos a ativar (de modo fundamentado) quando se lida com discursos e/ou materiais que muitas vezes não auxiliam na sistematização de dados (por mais que, às vezes, assim se pretenda). Houve ainda tempo para exemplificar estratégias, exercícios orientados para o que se considera bons exemplos ou uma mais-valia neste tipo de trabalho, visando a interestruturação do saber, o conhecimento explícito e o uso de uma metalinguagem própria - à semelhança de muitas outras disciplinas.
     Quando se trabalha com um grupo interessado e que contribui com achegas pertinentes, tudo fica mais fácil para a compreensão e conhecimento de todos. Além disso, não se pode deixar de registar os sorrisos visíveis na cara dos que começavam a aplicar as estratégias e a verificar (em exercícios práticos) como tudo ganhava mais sentido, depois dos fundamentos teóricos propostos. Mesmo reconhecendo a necessidade de tempo para trabalhar o pouco que foi mencionado (sim, porque quinze horas não são um programa de morfologia que ainda teria muito para dizer), o facto é que qualquer transposição didática que aconteça / se construa requer o que este intervalo de tempo permitiu, nomeadamente, a perspetivação crítica que deve enformar opções ao nível da gestão / planificação dos programas; da seleção de estratégias e de materiais; da planificação a construir; da adoção de discursos mais consentâneos com aprendizagens mais estruturadas e estruturantes, a partir de um ensino (assente num conhecimento) mais fundamentado. Estas serão sempre as implicações pedagógicas mais coerentes com a prática docente.
     O tempo trará, por certo, mais confiança, mais formas e partilhas de experiências, para não dizer novos desafios a tudo o que foi discutido / abordado. Assim se fará a (re)construção do conhecimento, na base de referenciais que regulam as práticas docentes.
      Fica a satisfação da reação positiva revelada, não obstante a sobrecarga e as condições de trabalho no final de um ano letivo, sempre entre o desejo das férias que nunca mais chegam e a constatação do muito que ainda há a fazer até lá.

    Depois disto tudo, e ao contrário do que certo treinador de futebol dizia (numa consciência morfológica muito discutível sobre quem 'treina a dor'), só espero que não tenha, como formador, contribuído para formar a dor de quem tenha tido expectativas outras, distintas do que foi proposto. 
  

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