domingo, 24 de dezembro de 2017

Ainda Natal

     Pelo que tenha de bom e pelo que faça lembrar do que não é / tem.

     Repete-se um tempo que, entre a exceção e os excessos, pouco tem tido do muito que devia mais ser. Daí ser época a conjugar encantamento, magia e luz com tristeza, desilusão e perda. Assim persiste e resiste uma festividade que, no brilho, no regalo e no conforto, muito tem do lúrido real da pobreza, da solidão e do abandono. Entre o canto e o desencanto, o deus menino tudo isto espelha, tanto no nascimento como na morte. 

Um presépio em Espinho, com os espinhos da vida (Composição fotográfica VO)

     Esteve sempre nas mãos do Homem a hipótese de tudo ser diferente. Assim se manterá para futuro tal condição. Bom seria que neste Natal nascessem sinais da esperança, para que, cada vez mais, a luz permanentemente encandeasse o que de pior o mundo tem.
    Ainda assim, como dizem a música de Assis Valente (desde 1933) e a voz de Bethânia (desde 2008, com o CD "Natal Bem Brasileiro") em toada do Brasil, "Anoiteceu".

Vídeo com a versão, cantada por Maria Bethânia, de "Boas Festas"

        BOAS FESTAS

Anoiteceu, o Sino Gemeu 
A Gente Ficou Feliz a Rezar 
Papai Noel, Vê Se Você Tem 
A Felicidade Pra Você Me Dar 

Eu Pensei Que Todo Mundo 
Fosse Filho De Papai Noel
Bem Assim Felicidade Eu Pensei 
Que Fosse Uma Brincadeira De Papel 

Já Faz Tempo Que Pedi 
Mas o Meu Papai Noel Não Vem 
Com Certeza Já Morreu Ou Então 
Felicidade É Brinquedo Que Não Tem.

    Com música, até parece que "Papai Noel" ainda vem (não da Lapónia, mas das terras de Vera Cruz).


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