quarta-feira, 14 de março de 2018

"A vida seria trágica se não fosse engraçada"

     Pensamento tão certo para quem, melhor do que ninguém, sabia do que falava.

     Talvez tivesse razões para pensar ou dizer o contrário, mas optou por desfrutar do pouco que a vida lhe deu e do muito que conquistou. Aos dois ou três anos que resistiria juntou mais de cinquenta. Foi uma equação de conquista, na qual o poder da mente se impôs seja pela vontade de sobreviver seja pelos segredos que desvendou para a Humanidade, nos domínios da física, em particular, e da ciência, em geral.
    No mesmo dia em que Stephen Hawking morre, Albert Einstein celebraria 139 anos; na data em que nasceu (8 de janeiro de 1942) tinham passado 300 anos da morte de Galileu Galilei - coincidências ou intervalos de tempo que não deixam de juntar grandes nomes da ciência, para não falar de factos como os da celebração do dia do (3,141592653589793238462643383...).
     Reconhecido pelo trabalho desenvolvido e pela luta na sobrevivência, Stephen William Hawking procurou uma explicação para o Universo; também para a vida, quando lhe foi diagnosticada esclerose lateral amiotrófica (doença incurável e degenerativa motora que o aprisionou a um corpo que progressivamente deixou de controlar). 
     No filme "A Teoria de Tudo" (2014), com a excelente interpretação de Eddie Redmayne no papel do cientista britânico (o que lhe valeu o óscar de melhor ator em 2015), é possível contactar com esse surpreendente percurso, simultaneamente de degenerescência e de superação:

Trailer de 'A Teoria de Tudo', filme de James Marsh (2014)

      Em cerca de duas horas, o espectador, através do papel de uma personagem de ficção, encara o modo como uma personalidade real dos nossos tempos explorou o seu trabalho científico, focando o estudo daquilo que, cada vez mais, lhe restava menos: o tempo. Limitado no corpo, mas com a cabeça no universo, o nada e o tudo se conjugaram até hoje.


    Aos 76 anos, com a mesma idade de Einstein, Hawking deixa-nos com o seu contributo acerca da natureza da gravidade e da origem do universo; da teoria da singularidade do espaço-tempo, aplicando a lógica dos buracos negros a todo o universo; do seu best-seller Uma breve história do tempo (1988); do seu exemplo de vida, inspirador para todos aqueles que reclamam do que a vida lhes não dá ou lhes tira.

     Alguém que quis ser matemático e se tornou um génio da física. RIP.

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