quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Um homem de todos os credos e cores

     Há sessenta seis anos mataram quem fazia da paz uma arma.

    De tantas vezes nomeado para o Nobel da Paz (cinco), não o deixaram receber o que lhe era devido e merecido. Prova disto foi o facto de o presidente do comité assim o ter reconhecido, quando o Dalai Lama Tenzin Gyatso recebeu o galardão no ano de 1989, numa atribuição justificada, em parte, pelo tributo à memória de Mahatma Gandhi.
    Aos 79 anos tiravam Mohandas Karamchand Gandhi - mais conhecido por Mahatma ("A grande alma", no sânscrito) Gandhi - deste mundo, apesar da inspiração que representava para ideais e movimentos democráticos, anti-racistas e de apelo à não violência. Assim, o grande defensor pacifista da independência indiana face ao império britânico deixava à Humanidade o exemplo do que era a luta convicta, ativista por princípios de dignidade e simplicidade humanas, mesmo nas condições mais adversas (como as da guerra, da fome e da doença); do que era a força valente do Homem na luta contra quaisquer formas de preconceito conjugada com a bravura na recusa da violência e da submissão a usurpadores.
     Deste exemplo humano se compõe o retrato fílmico realizado por Richard Attenborough, protagonizado pelo ator Ben Kingsley (por muitos considerado uma espécie de reencarnação desta personalidade marcante e líder espiritual do século XX). Gandhi, de 1982, foi um filme da minha adolescência, para rever um herói que me foi dado a conhecer pelos livros de História do 9º ano.

Pictograma do filme Gandhi, premiado com oito óscares.

    Na sua Índia natal, o bem-sucedido advogado da África do Sul deu lugar ao homem espiritualmente identificado com os indianos pobres, de que o "khadi" foi um sinal (tecido fabricado artesanalmente e usado nas vestes, como forma de renunciar à indústria têxtil do colonizador inglês).

     No curso de uma vida e de um ideal, fica o exemplo inspirador, merecedor do epíteto de herói para a Humanidade, por ter conduzido o seu país à independência e ter feito da humildade e da verdade simples forças maiores do que a de qualquer império.

2 comentários:

  1. Também foi um filme que me marcou. Quando vejo o protagonista a representar outro papel, apesar do seu desempenho sempre perfeito, recordo sempre Gandhi.

    Oxalá o mundo não esqueça esta figura, sobretudo os governantes!

    Abraço
    Dolores

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    1. É verdade. Ninguém ficou indiferente a este trabalho cinematográfico. Ben Kingsley foi excecional neste filme. É um grande ator (mesmo nos papéis secundários, como o que lhe atribuíram em 'A lista de Schindler', é fantástico). Há desempenhos que marcam os artistas e este foi seguramente um deles.
      Beijnho.

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